Espaço de abordagem e debate sobre o magno tema-problema da História da Arte em Portugal. Pode endereçar-nos o seu contributo ou colocar-nos as suas dúvidas, objecções, etc., através do e-mail paineisdesaovicente@gmail.com


sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

PAINÉIS DE S. VICENTE DE FORA (0)

Os Painéis de S. Vicente de Fora (por referência ao Mosteiro, em Lisboa, onde foram encontrados no final do séc. XIX), continuam a ser objecto da controvérsia maior da historiografia da arte em Portugal. Com efeito, muitas teses, opiniões melhor ou pior fundamentadas, têm vindo a lume desde então, sem que se tenha chegado a resultados consensuais, pese embora a adopção "oficial" da tese de José de Figueiredo (que orientou o primeiro restauro da época contemporânea, executado em 1909-10 pelo pintor Luciano Freire), porquanto esta serve os "superiores interesses da nação", nomeadamente ao criar a ideia de uma representação dos três estados "clero, nobreza e povo", presidida pelo santo padroeiro de Lisboa, tornado de Portugal inteiro, numa magistral composição de um pintor português. Mas, porque nada disso é indubitável, iremos aqui levantar um espaço de opinião e de discussão, na esperança que ele possa contribuir para erradicar o mito e favorecer o verdadeiro conhecimento das questões envolventes, mesmo que se torne impossível chegar a conclusões definitivas.

Para já, convidámos o historiador de arte João David Zink (autor de um estudo monográfico sobre a personagem central, em 1983, e de uma síntese publicada em 1994, onde abordava de modo crítico as teses mais significaticas: «Os painéis de S. Vicente de Fora», in História de Portugal /Dirigida pelo Prof. Doutor João Medina. Alfragide : Ediclube, [1994]. Vol. IV - Os Descobrimentos, tomo I - O mar sem fim, p. 277-288) para desencadear as hostilidades. Esperamos que surjam outros contributos. Fica pois aqui o desafio a quantos quiserem participar nesta aventura em demanda da verdade.